Ontem, dia 18 de Maio decorreu o seminário - Educação de Surdos, organizado pelos docentes do grupo 920 do Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo, ao qual a nossa escola pertence. Neste seminário estiveram presentes maioritariamente pessoas ligadas ao ensino, pessoas surdas interessadas pelo tema e pessoas ligadas a Associações de Surdos...
Logo pela manhã na sessão de abertura o Dr. Mário Ferreira, presidente da C.A.P do A.E Joaquim de Araújo ,deu as boas vindas a todos os participantes e dirigiu aos presentes algumas palavras sobre a dinâmica do agrupamento e o trabalho aqui desenvolvido com os alunos com necessidades especiais designadamente a surdez, baixa visão e multideficiência. Também esteve presente o Dr. António Barbeitos em representação da autarquia.
Os trabalhos começaram com o primeiro painel do qual o primeiro orador foi o Dr. Nuno Lousã, diretor do serviço de OLR do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, com o tema « A importância do diagnóstico precoce no desenvolvimento da criança surda ». Foi uma palestra muito técnica mas bastante interessante, que esclareceu e alertou para a importância de precocemente a criança ser diagnosticada a nível auditivo.
Ainda neste painel, o Dr. Bruno Coimbra , Terapeuta da fala do A.E Eugénio de Andrade, falou como como é importante « O papel do terapeuta da fala na educação biligue », esclarecendo e desmistificando algumas teorias sobre a terapia da fala...
No segundo painel, o Professor Dr. António Vieira Ferreira, especialista nesta área, falou da importância da « Formação de professores da educação especial ». Muito eloquente, dissertou sobre este tema com um grande entusiasmo, próprio de quem luta por esta causa há muitos anos...
Neste painel esteve também o Dr. armando Baltasar, presidente da Associação de Surdos do Porto, que falou sobre « A construção de uma comunidade: A escola no processo». O Dr. Baltasar, defende convictamente a educação dos surdos e a importância da escola neste processo em parceria com as famílias e as associações de surdos que tanto tem lutado pela igualdade de direitos das pessoas com surdez, pois tal como os cidadãos ouvintes, são Portugueses e tem direito a ter as mesmas condições e oportunidades.
Da parte de tarde, os trabalhos tiveram continuidade com a parte mais prática, onde foram oradoras a Dra. Joana Nogueira, docente de educação especial no 2º e 3ºciclo, a Dra. Valéria Pinheiro, docente do 1º ciclo e eu própria, educadora de infância deste agrupamento de escolas.
A Dra. Joana contou um pouco da história e do trabalho desenvolvido no Agrupamento Penafiel Sul, agora Agrupamento Joaquim de Araújo, na área da surdez ,das dificuldades sentidas e dos sucessos obtidos ao longo de uma década...Abordou também os problemas sentidos atualmente no 2º e 3º ciclo com a falta de recursos, nomeadamente as 2 interpretes de língua gestual, que este ano não foram colocadas e por isso as alunas ( pois são todas meninas ) tem de fazer um esforço redobrado para acompanhar as matérias... fazendo leitura de fala, uma vez que não tem interprete...
Relativamente ao pré- escolar, eu própria fui dar o meu testemunho e falar da experiência deste ano letivo, tentei dar uma perspetiva do trabalho realizado a nível global , mas com especial incidência na área da comunicação... e na dinâmica que uma sala com crianças surdas requer : uma rotina muito estruturada e uma sala muito visual, pois é através da imagem que melhor chega a informação a estas crianças, muitas atividades concretas , palpáveis, com manuseamento dos materiais para que os conceitos possam ser adquiridos experimentando, desta forma é muito mais fácil para as todas as crianças , mas de uma forma especial para as crianças surdas...
A Dra. Valéria, deu a conhecer o trabalho realizado no 1º ciclo com as duas turmas Bilingues, cada uma com 4 alunos, de todos os anos de escolaridade . Abordou a metodologia de trabalho, os recursos disponíveis e falou também da necessidade de adequar aos alunos os materiais , e até mesmo as fichas de avaliação, uma vez que tudo está preparado de antemão para alunos ouvintes. Desta forma uma turma de alunos surdos, apesar de pequena, requer muito trabalho e muita dedicação por parte dos docentes que com eles trabalham... É um trabalho árduo mas muito compensador...
No último painel, a Dra. Cristina Gonçalves e o Dr. Joaquim Viana, docentes de Língua Gestual Portuguesa apresentaram um powerpoint onde deram a visão da criança surda que não consegue comunicar com os outros... Para que isso possa mudar e a criança possa ser feliz, a escola e a aprendizagem da língua gestual é fundamental. Para que esta aprendizagem possa acontecer é muito importante a criança estar junta com os seus pares surdos, onde em comunidade aprende a comunicar gestualmente de forma natural...
Terminamos com um coffee- break, onde se realizou um convívio muito salutar entre todos os participantes...
De uma forma global sou da opinião que este 1º seminário de Educação de Surdos, correu muito bem, teve bastante participação e fica uma experiência positiva que deve ter continuídade...
Seminário de grande importância para professores, mas que trará benefícios aos alunos. Acredito que a inclusão da criança surda na escola é importante para todos, mas realmente não é algo fácil e se vocês estão tendo apoio tudo fica mais fácil e harmonioso.
ResponderEliminarAbraço e parabéns pelo belo trabalho que você já desenvolve.
Correu mt bem este 1º evento, e portanto... a repetir com toda a certeza.
ResponderEliminarValeu a pena todo o trabalho desta equipa fantástica, da qual fazes parte Lúcia.
Beijinhos e continuação de um ótimo trabalho!!
A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica 2/3 Penafiel Sul, não poderia deixar de estar presente no 1º Seminário de Educação de Surdos nem deixar uma palavra de agradecimento e apreço à organização pela luta constante na integração destes alunos da sociedade.
ResponderEliminarDeu também para perceber que ainda existem muitas barreiras a derrubar, mas que com o afinco dos docentes, técnicos e pais, o sucesso de todos estes alunos está cada vez mais próximo. Não poderei deixar de referir que dentro em breve o nosso agrupamento terá mais responsabilidades e que com a vossa experiência seremos sem duvida um agrupamento de referencia no verdadeiro sentido da palavra.
Peço-vos que não se deixem derrubar pelas amarguras profissionais a que estão a ser sujeitos, a sociedade agradece o excelente trabalho que têm vindo a desenvolver um grande
bem haja a todos, estando a APEE sempre ao vosso dispor.
Obrigado a todos e até 2014!